‘Projeto Ler para Ser: Literatura com Cidadania’ chega em Santa Maria

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No último dia 13 de julho, a equipe da Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill viajou para a cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, pelo Projeto PRONAC 20 – Ler para Ser – Literatura com Cidadania.

Foto de pessoas sorrindo, de pé, em volta de uma mesa. Sobre a mesa estão alguns livros, garrafas térmicas e de água. Ao fundo uma grande tela de TV que projeta a imagem de uma pessoa que participa da reunião.

No período da manhã nossa equipe esteve em reunião com representantes da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, para estreitar laços e fortalecer parcerias que tem como prioridade a popularização do acesso à literatura e ampliação de materiais adaptados e espaços acessíveis.

A Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Maria conta com a Sala de Desenho Acessível, um espaço localizado no piso térreo da Biblioteca Central que possui características acessíveis para receber pessoas cegas, baixa-visão, cadeirantes, obesos, TDAH e com dislexia. Para tanto tomam alguns cuidados:

  1. mobiliário em alto contraste para facilitar a identificação e locomoção de pessoas com baixa visão;
  2. cadeiras especiais para pessoas obesas;
  3. estação de trabalho que atende pessoas em cadeira de rodas;
  4. computadores com telas de 20 polegadas com acesso à internet;
  5. lupas eletrônicas conectadas a monitores de 32 polegadas que permitem ampliar a imagem em 200%;
  6. acervo diverso com cerca de 200 títulos em braille composto por obras da literatura nacional e estrangeira, além de biografias, atlas, obras de filosofia, infantis e também sobre música e culinária.

O espaço encanta pela organização em suas adaptações, mas principalmente pela proposta, que é mostrar que todos os ambientes são direito de todos.

À tarde aconteceu, no Itaimbé Palace Hotel, a Oficina de Leitura Acessível e Inclusiva que contou com a participação de 30 profissionais da rede municipal de educação. A proposta foi desmistificar a ideia de que não é possível leitores cegos e videntes se beneficiarem do convívio em ambiente de leitura escolar acessando os mesmos livros e conteúdo.

Foto de uma sala com pessoas sentadas em duas fileiras laterais e um telão ao fundo com uma pessoa em pé apresentando.
Pessoas sentadas utilizando uma venda nos olhos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fernanda Taschetto é técnica administrativa na UFSM e pessoa cega. Ela esteve presente nos dois momentos do dia e reconhece o potencial na parceria entre a UFSM e Fundação Dorina Nowill, uma vez que durante os anos da pandemia por corona vírus, houve uma redução considerável de estudantes com deficiência nos ambientes acadêmicos e formativos.

Fernanda destaca a importância da áudio descrição das imagens em sala de aula para as pessoas cegas e enfatiza que o estímulo à leitura necessita da acessibilidade dos materiais, não podendo ser substituído só por recursos de contação de histórias e encerra afirmando:

“Para nós, pessoas cegas, a áudio descrição é extremamente importante. Perla e a Maria (articuladoras da Fundação Dorina Nowill) conseguiram mostrar essa importância de maneira extremamente didática através dos exercícios que elas propuseram durante o encontro, de uma maneira que todos se sentiram à vontade, e foi o star para quem quiser dar continuidade.”

A Rede de Leitura não para e muitos outros encontros estão para acontecer pelo Brasil afora, estreitando laços, capacitando e acolhendo pessoas, levando literatura e tecendo redes.


Texto de Amanda Silva – educadora na Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill para Cegos
Publicado em 31/07/2023 às 16h52 – Atualizado em 21/09/2023 às 16h45